HISTORIA DO MESTRE

   Mestre Tucano

 Nome: Roberto Costa de Ávila
 Apelido: Tucano

 Treina desde: 1980 Capoeira Paulo Cavalcanti de  Oliveira c/ Mestre Paulinho - dando continuidade a  seus treinos com Mestre Ferro Velho (Israel de Paula  Pires (falecido)), Mestre Pop - Lourival Fernando  Alves, Mestre Monsueto - Anailson de Souza.

 · Professor de Educação Física
 · Faixa azul de Jiu Jitsu ( EQUIPE DENILSON BITTENCOURT - MARRA SENKI BRASILIAN JIU
categoria senior 3 - campeão sulamericano no peso e no absoluto.
(21/11/2010 - florianópolis/sc-JITSU )

 Torneios: Vice-campeão brasileiro 1985 RJ -  Individual, vice-campeão brasileiro de duplas 1985,  campeão universitário de capoeira - IPA 1985,  destaque técnico campeonato universitário de  Capoeira - IPA 1985, campeão gaúcho de Capoeira  1988, vice-campeão brasileiro de Capoeira 1988 SP,  Campeão Gaúcho jiu-jitsu Máster III Etapa 2005,  terceiro colocado jiu-jitsu Máster IV Etapa 2005 FJJ-RS


Associação de Capoeira Camboatá

       Fundada em 1 de março de 2003, pelo Mestre Tucano (Roberto da Costa Ávila) que iniciou seu treinamento na capoeira no ano de 1980, com o Mestre Paulinho (Paulo Cavalcanti de Oliveira) do grupo muzenza até 1984.
       Passando então a treinar com mestre Ferro Velho (Israel de Paula Pires) onde se formou em 1987.                                      
       Com o seu falecimento em 1988 o Mestre Tucano formou seu primeiro grupo chamado Ganga Zumba ficando nele até setembro de 1989.
       Passou a integrar e fundou em Porto Alegre a Associação de Capoeira Nação que tinha a direção do Mestre Pop (Lourival Fernandes Alves Leite) até 1995, e logo passou a liderar esta entidade a nível nacional e internacional.
       Por não concordar com a forma de trabalho do grupo, o Mestre Tucano, fundou uma nova entidade que passou a ser chamada de Associação de Capoeira Camboatá.
       Assim o grupo se firma em base sólida, pois embora tenha sido fundada recentemente tem uma atuação significativa em várias cidades, estados e países, com mais de 6.000 (Seis mil) alunos, e um corpo docente de 87 (oitenta e sete) profissionais educadores.
   
               Países onde atua:
    BRASIL -  Rio Grande Do Sul - São Paulo - Paraná - Santa Catarina
   ESPANHA
   INGLATERRA
   IRLANDA
   URUGUAI
   PORTUGAL


::Mestre Bimba::

Manoel dos Reis Machado nasceu no dia 23 de novembro de 1900, na Freguesia de Brotas, Engenho Velho, em Salvador, Bahia. Filho de dona Maria Martinha do Bonfim com Luiz Cândido Machado, campeão de batuque: "luta braba, com quedas, com a qual o sujeito jogava o outro no chão". O apelido Bimba originou-se de uma aposta entre a sua mãe e sua parteira que dizia que dona Maria iria ter um menino, e Bimba na Bahia é um nome popular do órgão sexual masculino. Sua iniciação à Capoeira ocorreu quando tinha apenas 12 anos de idade, na "Estrada das Boiadas", hoje Bairro da Liberdade, em Salvador, tendo como Mestre o africano Bentinho, então capitão da CIA de Navegação Baiana. Seu curso teve duração de quatro anos, e o método era Capoeira de Angola. Findo o estágio, Mestre Bimba ensinou a mesma modalidade, durante dez anos. Começou a ensinar Capoeira em 1918, no Engenho Velho de Brotas. O nome da academia era "CLUBE UNIÃO EM APUROS". Em 1932 abriu sua academia(Centro Cultural Físico Regional Baiano), no Engenho de Brotas, em Salvador a primeira (oficialmente) na história da Capoeira, e, em nove de julho de 1937, recebeu do técnico do Ensino Secundário Profissional, o título de registro "que lhe requereu o Sr. Manoel dos Reis Machado, diretor do Curso de Educação Física, sito à Rua Bananal, 4". Em 1942 fundou sua segunda academia no Terreiro de Jesus, rua das Laranjeiras, hoje rua Francisco Muniz Barreto, 1. Mestre Bimba foi carvoeiro, doqueiro, trapicheiro, carpinteiro, mas principalmente, capoeirista. Traído por falsas promessas do governo, falta de apoio e dificuldades financeiras, Mestre Bimba morreu em 15 de fevereiro de 1974, no Hospital das Clínicas de Goiânia, vítima de derrame cerebral


::Mestre Pastinha::

 Vicente Ferreira Pastinha filho de um espanhol, José Senhor Pastinha, e de uma negra baiana, Eugênia Maria de Carvalho nasceu a 5 de abril de 1889, na cidade de Salvador, mulato claro, de estatura mediana, magro, faleceu em 1981 , aos 92 anos de idade.  Levou oito anos na Marinha de Guerra, onde foi músico e instrutor de Capoeira. Foi jogador de futebol, chegando a treinar na equipe do Ypiranga, seu time de coração, só não integrando o seu quadro devido a desentendimentos com um de seus diretores. Foi engraxate, vendeu jornais, praticou esgrima, ajudou a construir o Porto de Salvador, foi alfaiate, fez garimpo e também tomou conta de "casa de jogo", ocupando o cargo de "leão-de-chácara", que tinha como incumbência manter a ordem no referido local. Mas tudo isso foi passageiro na vida do mestre; seu desejo era viver de sua arte, pois, além de capoeirista, era pintor e poeta popular. Destaca-se pelo seu belo jogo, seus dotes de filósofo e poeta e seu amor e conhecimento dos fundamentos da Capoeira Angola. Representou o Brasil no I Festival de Arte Negra, em Dakar. Pastinha inicia-se na Capoeira por intermédio de um negro de Angola chamado Benedito. Eis a sua história:  "Quando eu tinha dez anos de idade, eu era franzininho. Um outro menino, mais taludo que eu, tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua, fazer compras , por exemplo, e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando sempre. Contava ainda o menino com o apoio de sua mãe, que o incentivava a bater mais. Ao voltar para casa, eu ainda apanhava pela segunda vez, de minha madrinha, por causa da demora de trazer as compras ou por estar com a roupa rasgada. Então eu ia chorar de vergonha e tristeza. Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu à briga da gente. 'Vem cá meu filho', ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. 'Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando arraia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muito valia.' Foi isso que o velho me disse e eu fui. Ele arrastava os móveis da sala e deixava um espaço livre onde me ensinava a jogar Capoeira, todo dia um pouco e aprendi tudo. Ele costumava dizer: 'Não provoque, menino. Vai botando devagarzinho ele sabedor do que você sabe.' Um ano depois, encontrei o menino na rua. Ele então me perguntou: 'Estava viajando ou estava se escondendo com medo de mim ?' Eu então lhe respondi: 'Estava com medo!' A mãe do menino já se encontrava na porta, sorrindo, divertida, esperando o início do espetáculo, quando seu filho venceria novamente a batalha. Mas, para sua surpresa, aconteceu o contrário. Assim que o menino levantou a mão para desferir a pancada, com um só golpe, mostrei-lhe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival. O menino ficou até meu amigo, de admiração e respeito. O velho africano chamava-se Benedito."  Mestre Pastinha defrontou-se com o perigoso capoeirista Pedro Porreta, que marcou época na Bahia pela sua maneira agressiva de proceder e pelas inúmeras desordens que praticava, chegando a enfrentar o famoso chefe do Esquadrão da Cavalaria, Pedro Azevedo Gordilho, mais conhecido como "Pedrito". Eis a história da luta:  "Tudo começou quando Pedro Porreta foi morar em um barraco perto da Rua das Laranjeiras, onde o Mestre Pastinha possuía uma quitanda. O Mestre Pastinha tinha ido à feira buscar bananas. Deixou sua mulher tomando conta da quitanda quando entrou Pedro Porreta, que não sabia que a mesma pertencia ao Mestre. Ao entrar, pediu meia dúzia de bananas. 'Não temos, o meu marido foi buscar ainda agora, na feira', respondeu-lhe a mulher do Mestre. Pedro Porreta já ia saindo quando avistou quatro bananas em cima do balcão. Virou-se e indagou:  'E estas quatro bananas que estão aí, para quem são?' 'São para os bichinhos!', disse a mulher do Mestre, apontando para uma gaiola com dois pássaros. Pedro Porreta avançou, pegou as bananas e saiu dizendo:  'Os bichinhos sou eu!'  Ao voltar da feira, assim que entrou na quitanda e estava colocando o pesado cesto de bananas no chão, sua mulher foi lhe contando o sucedido. Ao terminar de ouvir o relato, o mestre saiu imediatamente à procura do desconhecido. Ao chegar à rua, encontrou um amigo seu, que a tudo assistira, revelando a identidade e o endereço do indivíduo. O Mestre agradeceu e dirigiu-se à casa de Pedro Porreta encontrando-o na porta. Pedro Porreta, não suspeitando de que ele fosse o dono da quitanda, cumprimentou-o amistosamente: 'Como vai Mestre? O que deseja?' Ao saber que ele era proprietário da quitanda e vinha disposto a obter uma explicação pelo que acontecera, abriu a porta, soltou uma gargalhada e apontou para as bananas que estavam dentro de uma panela cozinhando. Pastinha, notando a expressão zombeteira de Pedro Porreta, virou-se para ele e disse: 'Pedro, eu vou levar as bananas assim mesmo, só por causa do seu desaforo de invadir minha quitanda sem a minha presença e zombar da minha mulher.' Ao ouvir isto, Pedro Porreta dirigiu-se ao meio da rua e desafiou-o para lutar. Mestre Pastinha aceitou o desafio e a briga prolongou-se por vários minutos, sem que ninguém tivesse a coragem de apartá-los, só terminando com uma violenta cabeçada do Mestre Pastinha, atirando-o longe, estendido junto ao passeio. Neste momento, aproximou-se um senhor que morava nas proximidades e, depois de inteirar-se do motivo da briga, prontificou-se a pagar a despesa, contanto que encerrassem aquele assunto. O Mestre Pastinha não aceitou o dinheiro do tal senhor, dizendo-lhe: 'Meu amigo, eu agradeço a sua gentileza, mas o que motivou a minha briga com o Pedro não foi o dinheiro da despesa com as quatro bananas, e sim, a maneira como ele procedeu.' Dizendo isto, retirou-se para a sua quitanda e Pedro Porreta mudou-se de seu barraco, no dia seguinte."  Mestre Pastinha e Velocidade:"Certo dia, no ano de 1935, estando o Mestre Pastinha a jogar Capoeira na Rua do Bigode, onde funcionou a sua segunda Escola de Capoeira, com um capoeirista conhecido por Velocidade, tal era a sua rapidez nos movimentos da Capoeira, recebeu um golpe tão violento no rosto que o fez dormir em pé durante alguns segundos. Quando recuperou os sentidos, pensou que se tratasse de uma pedrada partida da assistência. Estava ainda a olhar para os lados para ver se localizava o causador da pancada, quando Velocidade se aproximou-se e disse-lhe: 'Desculpe Pastinha!' Só aí ele percebeu que não fora pedrada e, sim, um golpe desferido pelo seu camarada. Virou-se então para ele e falou: 'Menino, eu brincando sem maldade e você me aplica um golpe com toda esta violência.' Acabando de dizer estas palavras, tornou a dormir por mais alguns segundos. Quando se recuperou totalmente, dirigiu-se à bateria e ordenou que continuassem o jogo interrompido. Prosseguiu então o jogo com o entusiasmo dos assistentes que esperavam e desejavam que o Mestre aplicasse uma surra no seu desleal camarada que numa brincadeira entre amigos fizera aquela desfeita com o Mestre e o público ali presente. A certa altura do jogo, o Mestre, com um floreio, deixou seu adversário à sua mercê, com o pé parado junto ao seu rosto, mostrando a todos os presentes e ao próprio Velocidade a sua superioridade. Ainda assim, os assistentes se revoltaram com o Mestre Pastinha por ele não ter chutado o rosto do seu camarada. Depois de terminada a 'brincadeira' Mestre Pastinha calmamente dirigiu a palavra aos presentes: 'Se eu fizesse o que desejavam vocês agora seriam os primeiros a me condenar, alegando a minha condição de Mestre.' Todos concordaram com o que foi dito e o Mestre Pastinha ficou ainda mais admirado e respeitado no local."